Você sabe desaprender?
Desaprender o que sempre soubemos é difícil e é também o que nos impede de construir projetos mais felizes, mais saudáveis e mais produtivos.
Vivemos em tempos sem igual – onde somos a todo momento bombardeado com informações de todos os lados. As coisas mudam tão rápido e novas informações e conhecimentos estão sendo disponibilizados para nós diariamente, que temos de aprender a desaprender, se querermos ter a capacidade de evoluir.
O que você aprendeu nos anos de escola, de seus pais, ou até mesmo e um emprego há anos, pode ser agora totalmente irrelevante.
Por exemplo, por muitos anos, existia um guia de ruas e rodovias que você poderia comprar. E hoje é quase impossível imaginarmos usar esse tipo de mapa, tendo em vista as mudanças tecnológicas, onde somos guiados por mapas tecnológicos, atualizados a todo momento.
Assim sendo, quando novas inovações e tecnologias chegam, é essencial que as avaliemos e vejamos se fazem sentido para nossos processos; se assim for, devemos estar preparados para substituir os antigos processos pelas novas inovações.
Muitas empresas e indivíduos se tornaram complacentes e ainda estão trabalhando com modelos mentais que se tornaram obsoletos ao longo do tempo. É aí que o conceito de desaprender se torna a chave para o sucesso ou o fracasso.
Quebrando paradigmas
Mas o que queremos dizer com desaprender? Para criar a lógica de criação de valor – devemos desaprender o antigo. Desaprender é o processo essencial de ter a mente aberta e deixar velhos hábitos, processos e informações para que possamos criar espaço para novos hábitos, processos e informações.
Desaprender não é esquecer as velhas lições e conhecimentos; em vez disso, é sobre a capacidade de escolher e abraçar uma nova realidade alternativa, modelo ou paradigma. Quando aprendemos, adicionamos novas habilidades ou conhecimentos ao que já sabemos.
Quando desaprendemos, saímos do nosso modo de pensar atual e escolhemos um modelo mental diferente. Tanto empresas, quanto indivíduos precisam adotar uma cultura constante e contínua de aprendizado, desaprender e reaprender.
“Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender.” Alvin Toffler
O problema está na base
O grande problema nesse contexto é que nós somos indivíduos de hábitos. Desde a infância, somos treinados para adquirir e realizar rotinas que a longo prazo se tornar benéficas para nossa vida, seja escovar os dentes após as refeições ou não esquecer de pentear o cabelo antes de sair de casa.
Esses hábitos que são saudáveis e benéficos, acabam se misturando com rotinas do dia a dia e nosso cérebro acaba entendendo que tudo que possa ser rotina é o padrão ideal. E é justamente aí, que temos de entender que assim como tínhamos na infância a capacidade de aprender coisas novas, temos de continuar a fazê-lo.
Mas para isso temos de reavaliar essa “rotina” e conforme a sociedade e as pessoas mudam, temos de “desaprender” velhos hábitos, que se continuarmos a levar a diante em nossa rotina, se tornam vícios, que acabam nos prejudicando.
Precisamos ensinar as crianças e jovens desde cedo, a aprender a desaprender os hábitos e crenças que as impedem e a estarem abertas a novas habilidades, experiências, comportamentos e conhecimentos para trabalhos futuros.
Desaprender é uma habilidade que precisa ser cultivada junto com o aprendizado. Desaprender não é esquecer o que você já sabe. É sobre ser corajoso e desafiar o “status quo” e quebrar regras antigas para escrever novas.
A automação, a inteligência artificial e o aprendizado de máquina provavelmente substituirão tarefas humanas repetitivas rapidamente no futuro, desafiando os funcionários a se concentrarem em novas habilidades e se ajustarem às rápidas mudanças nas qualificações de trabalho essenciais.
Essa tendência exige que as organizações e instituições de ensino superior ajudem os trabalhadores e alunos a aprenderem a desaprender, para que possam adquirir e cultivar as habilidades não apenas exigidas hoje, mas que também se encaixam nas exigências de trabalho de amanhã.
Como desaprender
Nosso cérebro é muito mais que uma máquina, é o órgão mais complexo do corpo humano. Ele tem a capacidade de não só absorver conteúdo, mas de absorver tudo em que é exposto. Sempre que aprendemos uma coisa nova, um novo caminho de conexões se abre nessa rede neural através da qual aquela informação específica ou grupo de informações é processado.
Agora, nosso cérebro é projetado para preservar os caminhos neurais que faz, porque se baseia nesses caminhos para nos fornecer pistas de sobrevivência. Por isso, impede qualquer coisa que queira alterar significativamente esses caminhos.
” Em um estudo de Stanford, foi relatado que o córtex cerebral sozinho tem 125 trilhões de sinapses. Em outro estudo, foi relatado que 1 sinapse pode armazenar 4,7 bits de informação.
Então, você precisa usar essas informações regularmente para consolidá-las em memória permanente (e principalmente quando você dorme).
No entanto, nosso cérebro não tem espaço suficiente para armazenar todos os estímulos encontrados todos os dias. Como consequência, limpa o excesso de informação (ou seja, todas as conexões de neurônios não utilizadas) regularmente quando está sobrecarregado (e principalmente quando você dorme).
O cérebro usa propriedades diferentes para determinar quais informações reter, entre as quais:
- repetição,
- impacto emocional,
- eventual resultado.
É mais provável que acreditemos em novas informações que já confirmem nosso aprendizado anterior do que aquelas que as contradizem ou modificam.
Por isso, é necessário estar atento a 3 fatores importantes:
- Continue duvidando de si mesmo – Os cientistas estão mais acostumados com este método, mas é igualmente aplicável a todas as esferas da vida. Deliberadamente, exponha-se a informações e opiniões que contradizem suas crenças anteriormente mantidas e tente coletar informações de fontes consideradas confiáveis por consenso. Testar continuamente suas ideias contra ideias contrárias ajudará seu cérebro a formar novas conexões e seu cérebro gradualmente mudará dos antigos caminhos neurais.
- Duplique suas fontes – Nosso viés de confirmação nos faz procurar provas de nossas crenças e paramos de procurar quando descobrimos isso. O truque é continuar procurando mais. Alguns especialistas dizem que a fórmula é sempre consultar pelo menos o dobro da quantidade de fontes de dados que você está propenso a procurar. Então, se você está lendo 3 livros sobre porque as vacinas são ruins, tente ler pelo menos três livros sobre porque eles não são tão bons.
- Use o seu medo – Desaprender é difícil, e é por isso que a maioria de nós nunca começa. Você, o designer gráfico, pode continuar discutindo como o software antigo tinha interface e recursos melhores do que o novo. Muita gente faz. Mas quando sua empresa lhe dá um prazo dentro do qual você precisa mudar para o novo sistema ou perder seu emprego, é mais provável que você aprenda o novo sistema e mais rapidamente. O medo é um poderoso motivador do novo aprendizado. Para usá-lo a seu favor, tenha em mente o que você pode perder se não desaprender o comportamento antigo.
Sua carreira está em jogo
As empresas estão se transformando rapidamente e, para permanecer relevante, precisamos desaprender. Assim como modelos operacionais, projetos organizacionais, estilos de liderança e cronogramas de trabalho precisam mudar.
Essa mudança de mentalidade pode ser um desafio, especialmente quando estamos frequentemente cercados por uma cultura “mais é mais”. A única coisa que é constante é a mudança.
O futuro da sua carreira não será determinado pelo seu último cargo ou pelo seu diploma educacional ou certificação universitário de anos de empenho. Será baseado na sua capacidade de desaprender rapidamente o passado. No final, será a sobrevivência dos mais rápidos para aprender a desaprender para os futuros empregos.
O profissional do futuro, precisa de uma forte força de vontade para não cair em armadilhas, como se iludir com ideia de capacitação, diplomas, currículos etc. Algo muito importante que todo profissional do século XXI, precisa ter enfronhado em seu comportamento é saber avaliar alguns aspectos que irão fazer toda a diferença em seu sucesso.
- Profissionais Iniciante no Mercado de Trabalho: Geralmente a realidade é diferente da teoria. Verdade que absorver conhecimento e técnicas de trabalho são importantes, mas não se deve deixar de avaliar que a prática de sucesso, vem de constante paciência em saber, que precisamos reinventar constantemente, conforme progredimos na empresa.
- Profissionais que mudam de empresas: Culturas, missões e valores, são coisas que toda empresa sabe que são importantes para fidelizar seus funcionários. Assim, profissionais dedicados absorvem, não apenas a rotina de trabalho, mas toda a filosofia e crenças que imperam nas empresas.
Quando mudam de empresa, precisam se desligar de toda essa cultura, tendo a capacidade de filtrar apenas aquilo que seria benéfico para seu desenvolvimento.
- Profissionais que caem na rotina: Mesmo tendo tempo de empresa, grandes cargos ou grande capacitação técnica, todo profissional precisa saber que todos os dias, sim, todos os dias, se tenha a capacidade de processar e descartar comportamentos e atitudes que possam robotizar e a longo prazo deixar o profissional refém dele mesmo.
- Mudanças de Estratégia: Às vezes, os funcionários precisam desaprender quando uma empresa altera sua estratégia de negócios. Quando se muda os objetivos, se torna vital, mudar o foco total, para alcançar o sucesso.
Em essência, não há desaprendizagem sem a provisão de uma nova ideia para substituir o velho. Visto que para aprender é essencialmente a formação da memória, ou seja, um processo emocional, o contrário também é verdadeiro.
Use sua capacidade emocional
Sendo assim, seu sucesso de carreira, está vinculado, não apenas o quanto consegue absorver conteúdo ou técnicas. Mas ter a capacidade de gerir seus sentimentos internos, para excluir o que pode se tornar fútil se torna fundamental.
Será difícil deixar de realizar determinado comportamento, especialmente quando ele suportar suas tarefas diárias de trabalho com eficiência. Claro, você pode se forçar a fazê-lo, se possível. Da mesma forma, o resultado de um novo comportamento não é óbvio à primeira vista comparado a um conhecido.
A propriedade que você pode realmente ter mais controle é o impacto emocional depois de tudo. Como consequência, o desaprendizado não deve ser um processo inconsciente, mas uma prática consciente que leva à ação: reconhecer e querer desmantelar o que funcionou até certo ponto e agora está obsoleto. Admitindo de alguma forma estávamos errados de uma forma deliberada, e não é assim tão fácil. Os principais aspectos dessa atitude são:
- a suspensão do julgamento sobre coisas novas,
- ser humilde e consciente dos limites das percepções e do conhecimento,
- não ter medo de perder o apego às nossas crenças atuais,
- estar consciente de nossos vieses cognitivos.
Essa atitude visa “otimizar” o impacto emocional, a fim de facilitar a memorização, evitando provocar emoções negativas como medo, raiva ou desgosto. Se você olhar para todos esses aspectos, você verá claramente por que as crianças são muito boas em aprender.
Para maximizar suas chances de desaprender, é possível seguir um conjunto de técnicas práticas:
- Desafie-se: Assim como os cientistas tentam se provar errados o mais rápido possível, cada um de nós precisa se desafiar sempre, porque só assim podemos encontrar o progresso.
- feedback de boas-vindas: Reúna informações de uma ampla variedade de fontes confiáveis para forçar modelos mentais imprecisos do seu cérebro.
- Seja verdadeiramente comprometido: Vá para o ponto em que se torne mais fácil usar novos hábitos do que evitá-los, tornando seu compromisso público, definindo um cronograma, recompensas de configuração etc.
O aprendizado emocional pode criar memórias fortes e respostas emocionais poderosas, mas o comportamento flexível exige que essas respostas sejam inibidas quando não forem mais apropriadas.
Em um tempo de constante mudança; mudanças nas condições do mercado, mudanças nas expectativas dos clientes e tecnologias novas e emergentes, as organizações precisam estar continuamente se transformando e se adaptando para acompanhar a taxa de mudança.
O problema não é que precisamos aprender mais; é que precisamos desaprender formas antigas e ultrapassadas de trabalhar e pensar que se tornaram arraigadas como “o modo como fazemos as coisas” para abrir caminho para maneiras novas e mais eficazes de trabalhar.
Para que se possa prosperar em um mundo de ruptura digital, o aprendizado contínuo é a chave para a melhoria contínua. Isso envolve desaprender e se adaptar, isso é mais importante do que ter habilidades e conhecimentos específicos e especializados que podem rapidamente se tornar obsoletos.
E aí, que tipo de profissional é você. Tem conseguido se adaptar as novas realidades e desaprender o que ficou obsoleto? Deixa aqui seu comentário e nos deixa sua opinião a respeito.